Escrevendo para o site Fast Company, Gwen Moran compartilha o que
aprendeu sobre superar dificuldades e seguir em frente
No dia primeiro de abril de
2011 (ironicamente), Gwen Moran recebeu uma notícia inesperada: foi
diagnosticada com câncer de mama. Como escritora freelance (carreira que ama) e
uma família que dependia de sua renda, ela conta que passou aquele ano tentando
equilibrar cirurgias, quimioterapia e radioterapia, com trabalhos, entrevistas
e agendas de futebol dos filhos. A maioria de seus amigos e colegas pareciam
surpresos com seu otimismo e a forma como se manteve ativa.
“O que
mais eu poderia fazer?”, ela se pergunta. Ficar na cama não era uma opção
adequada para a sua personalidade ou conta do banco. Para que se lamentar e
escolher olhar o lado escuro das coisas? Gwen contribuiu em dois livros,
dezenas de artigos e ainda terminou o ano com a notícia de sua saúde
restaurada.
Desde
então, ela afirma ser curiosa com relação às pessoas que perseveram durante
momentos de provação, enquanto outros se desesperam ao menor sinal de crise. O
que há em comum entre as pessoas resilientes, que continuam e se mantêm sóbrias
diante das dificuldades? Gwen descobriu que existem semelhanças e que tais
qualidades e características podem ser desenvolvidas. Aqui estão elas; veja
como aproveitá-las, buscando construir resiliência em sua vida.
1.
Cultivar relacionamentos
Pessoas
que conseguem se recuperar de crises tendem a ter um sistema de apoio ao seu
redor, segundo Michael Ungar, Ph.D. e co-diretor do Centro de Pesquisa em
Resiliência da universidade Dallhousie, no Canadá. Quer esse sistema seja
familiar, ou constituído por amigos, colegas ou mentores, possuir pessoas em
que se pode buscar apoio é uma força em momentos de dificuldade e
frequentemente faz a diferença. Essas pessoas dispostas a ajudar, e que
realmente se importam, podem oferecer suporte emocional, profissional e orientação
em geral, quando se está “perdido”.
2.
Mudar de perspectiva com relação a dores passadas
Em
1976, Lorenn Walker foi atacada e quase morta por um desconhecido. Ela foi
gravemente ferida e o estado de seu rosto exigiu cirurgia. Por meses ela se
fechou em ressentimentos, até que, através de terapia, resolveu ver a situação
de forma diferente. Hoje a advogada vê aquele momento como crucial para a sua
carreira no que ela chama de “justiça ressarcitória”, que consiste em
aconselhar prisioneiros e vítimas de violência, de forma a que eles alcancem
paz com o passado e encontrem significado em suas vidas. O poder de ver a vida
como você vê está em você mesmo, segundo Lorenn.
3.
Aceitar as falhas
Paul
LeBuffe ensina sobre resiliência como parte de suas funções como diretor do
Centro para Crianças Resilientes de Devereux, na Pensilvânia. A instituição
trabalha com educadores e profissionais da saúde mental para cultivar estas
características nas crianças e jovens auxiliados. Sobre falhar, ele diz: “Se
você não se dá a oportunidade de falhar às vezes e aceitar que isto faz parte
da vida, você terá dificuldades em se recuperar de crises”. Sair com sucesso
das falhas desenvolve a habilidade de permanecer otimista e saber que se as
coisas não estiverem bem agora, eventualmente elas se encaixarão.
4.
Possuir “várias identidades”
Se sua
autoestima depende de um emprego e você é demitido, isto significa a perda de
uma fonte de renda e também de grande parte de sua identidade, diz Ungar.
Pessoas resilientes frequentemente cultivam senso de autoestima em várias áreas
de sua vida, não deixando que este sentimento venham somente de uma delas.
Praticar várias atividades ou construir vários relacionamentos em que há uma
conexão e uma recompensa é uma estratégia para não perder de vista a sua
identidade e senso de valor, que são fundamentais para lutar em meio a crises.
5.
Praticar o perdão
Quer
seja perdoar a si próprio por uma falha ou a alguém por uma injustiça ou
atitude que lhe machucou, conseguir se libertar do passado e suas mágoas é
fundamental para seguir em frente, segundo Walker. “Quando você se percebe
ruminando coisas negativas e dores antigas você tem que parar e relembrar a si
mesmo de que há sempre motivos para gratidão”, diz a advogada. Segundo ela, o
perdão é uma habilidade, que deve ser praticada e aperfeiçoada a cada dia.
6.
Manter um senso de propósito
LeBuffe
diz que os resilientes têm um senso de propósito que os ajuda a analisar suas
situações, pensando nos próximos passos. Isto vem de um sistema de valores próprio
de cada indivíduo. Quando você sabe o que é importante, quer seja família, fé,
dinheiro, carreira ou qualquer outra coisa, você consegue estabelecer o que é
prioridade, dedicando atenção ao que vai lhe fazer voltar ao caminho certo, o
qual lhe levará aonde você que ir. Isto vale para empresas também! Quando todos
conhecem o objetivo final, fica mais fácil dar contribuições significativas.
Assim, é preciso saber o que é importante pra você para poder agir.
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